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PARECE LEITE EM PÓ, MAS É COMPOSTO LÁCTEO

Nos últimos anos, novos produtos lácteos estão surgindo no mercado. Apesar de possuírem rótulos e formatos de embalagens similares aos leites e derivados já conhecidos dos consumidores, esses produtos contam com fórmulas diferentes e até novas nomenclaturas. O que parece leite em pó é, na verdade, composto lácteo. Até o leite condensado tem uma versão similar, a mistura láctea condensada. Será que o que você está levando para sua casa é realmente o produto que imaginava?


A maioria desses novos produtos tem uma semelhança: a presença do soro de leite (whey protein, em inglês). Durante séculos, esse soro foi um descarte da produção de queijos. E, então, ele foi convertido numa matéria-prima onipresente em produtos processados.as diferenças entre os produtos passam despercebidas pelo consumidor. Para piorar o cenário, entidades da sociedade civil denunciam práticas irregulares de vendas casadas. 

“A gente tem uma infinidade de novos produtos sendo criados e entrando nas gôndolas dos supermercados o tempo todo. E hoje temos alguns produtos que são muito similares a produtos mais conhecidos do consumidor”, explica a nutricionista Laís Amaral, integrante do Idec (Programa de Alimentos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

As diferenças visuais entre os novos lácteos, por assim dizer, e os produtos já marcantes na memória do consumidor são mínimas e chegam, em alguns casos, a se resumir a pequenas letras nos rótulos, algo que pode passar sem ser visto na hora da compra. “Os rótulos não são compreendidos pelos consumidores e, por não serem compreendidos, as pessoas acabam levando outros produtos sem ler”, avalia Laís Amaral.
Muitos compostos lácteos colocam o que são, a sua denominação obrigatória, na lateral ou na parte de baixo do rótulo —você teria de virar a embalagem para visualizar adequadamente.

O composto lácteo é um produto que tem que ter, pelo menos, 51% de ingredientes lácteos e o restante pode ser qualquer coisa, açúcar, aditivo alimentar ou outros ingredientes. No Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, o Ministério da Saúde avalia que os compostos lácteos são ultraprocessados e, portanto, não devem ser consumidos por bebês. O documento oficial orienta a ter atenção pelo fato de as latas dos compostos serem parecidas com as das fórmulas.

Mas esses novos produtos são bons? 

Se pelo lado de rotulagem e comercial há questões envolvendo os compostos lácteos, o que dizer deles como alimentos? São bons ou ruins? Para responder a essas questões, foram ouvidos três engenheiros de alimentos. Dois do Ital, o Instituto de Tecnologia de Alimentos do Governo do Estado de São Paulo, e um da Unicamp, a Universidade Estadual de Campinas. Eles foram categóricos: não dá para dizer que todos esses produtos são ruins. 

Isso significa que o conceito de composto lácteo engloba muita coisa e, sim, produtos com teor maior ou menor de proteínas. Tem o composto lácteo bem baratinho, que mistura açúcar, amido, gordura vegetal em pó com soro em pó? Tem. E, no fim, ele atende, sim, infelizmente, uma parcela da população de baixa renda que não pode consumir um produto melhor.

Portanto, fique de olho !!
A partir de reportagem do Portal UOL 

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