Para muita gente, a feijoada ganha um sabor especial depois de passar uma noite na geladeira. Gosto não se discute, mas alguns ingredientes ajudam a explicar essa preferência. Na versão tradicional, entram cortes de carne que não são nada magros, caso da costelinha e da linguiça. A gordura acumulada nesses itens melhora a consistência e seu caldo tende a engrossar por causa do alto teor de ácidos graxos saturados, que costumam endurecer quando na geladeira.

Aliás, a pizza do dia seguinte é outra eleita justamente por concentrar uma grande fração gordurosa vinda dos queijos da sua cobertura. Há até quem prefira comê-la gelada (sério !). E é a mesma parcela engordurada desses alimentos a responsável pela dispersão de aromas vindos dos seus temperos, fenômeno comum após o aquecimento.

Aliás, conforme o tempo passa, mais as ervas e especiarias conseguem se impregnar nas preparações. Daí que o passo a passo de determinadas receitas sugere uma noitada no refrigerador.

Por outro lado, existem preparos que ficam um horror de um dia para o outro. Veja o caso do arroz, Na calada da noite, ele tende a ficar cada vez mais endurecido. Acontece que seus grãos são feitos de uma porção de cadeias de amido, que ficam bem juntinhas. Quando ele é cozido, a água penetra e separa essa estrutura. O cereal aumenta de tamanho e fica mole. Conforme ele vai esfriando, as tais cadeias vão se ligando e se organizando de novo. Assim os grãos vão ganhando firmeza.

E você, o que acha que fica melhor no dia seguinte ?