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GUIA DA CAIPIRINHA

Apesar do pequeno número de ingredientes e da relativa facilidade de se preparar a bebida, há alguns detalhes que podem fazer toda a diferença no resultado final da caipirinha. Há até quem diga que fazer uma boa caipirinha é uma arte, de tantos que são os detalhes da receita. A forma de cortar a fruta, a força para macerá-la e o tipo de açúcar escolhido são apenas alguns fatores que influenciam no preparo. E mesmo para degustá-la apropriadamente é preciso acumular conhecimento: barmans mais experientes alertam que usar o canudinho para tomá-la não permite sentir todos os seus sabores ao mesmo tempo.

Desvendar a história da caipirinha exige uma viagem de volta no tempo até o ano de 1918. Nessa época, o surto de gripe espanhola fez surgir remédios caseiros para amenizar o sofrimento dos doentes. Entre eles estava uma bebida feita com limão, alho e mel em que era adicionada uma pequena quantidade de cachaça para acelerar o efeito terapêutico do tratamento.
Até hoje o chá é usado por quem quer espantar o resfriado, mas naquela época, a receita despertou a criatividade de alguns brasileiros que queriam, na verdade, amenizar o calor. Assim, eles tiraram o alho e o mel do medicamento e, para compensar a acidez do limão, adicionaram algumas colheres de açúcar e o gelo, para que ela ficasse refrescante para o verão. A invenção se espalhou no gosto popular, tornando-se um símbolo da cultura brasileira, lembrada pelos turistas tanto quanto o Carnaval e o futebol.
Com o passar dos anos, a tradição ganhou toques de ousadia com variações da receita original. Por isso, hoje é possível encontrar caipirinhas com jabuticaba, especiarias, mix de frutas ou com picolé, por exemplo. Na parte alcoólica, dá para variar entre o vinho, a vodca, o saquê e, claro, a cachaça.
Porém, é a tradicional caipirinha de limão que foi regulamentada por lei como bebida típica brasileira. O decreto foi assinado pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que padronizou o drink.
Os segredos da boa caipirinha
Apesar de a caipirinha ser bem brasileira, não é fácil encontrar no país quem saiba fazer a versão perfeita. A receita é simples: são 50 mililitros de cachaça, duas colheres de sobremesa de açúcar, um limão espremido e gelo. Porém, não bastar colocar tudo no copo, macerar e beber. É preciso levar alguns pequenos truques em consideração para não deixá-la amarga, doce ou forte demais.
O primeiro passo é escolher o limão adequado. O tipo mais indicado para a caipirinha é o Tahiti de tamanho médio e com bastante sumo. Quando for fazer as compras, repare se a casca está lisa e firme, pois isso indica que a fruta tem bastante suco e está no ponto.
Com o limão selecionado, tire a casca e todo o seu miolo branco, para que a bebida não fique amarga. Uma dica para retirá-lo de forma prática é cortar a fruta no sentido da região onde o caule fica preso e, em seguida, pela metade. Dessa forma, a parte branca ficará na extremidade, sendo mais fácil removê-la.
A próxima etapa é colocar os pedaços no fundo do copo, com a polpa virada para cima, para evitar o amargor liberado ao macerar a parte da casca. Antes de começar a pressioná-la, jogue o açúcar, para que o sumo liberado se misture a ele. O segredo para que a caipirinha fique boa é amassar lentamente e não em excesso, para não deixar o drink amargo.
Na sequência, adicione pedras inteiras de gelo e alguns cubos quebrados por cima. Depois, basta adicionar a bebida alcoólica de sua preferência. Vale lembrar, no entanto, que não vale economizar na cachaça. Quanto melhor for a sua qualidade, mais gostoso será o resultado da receita.
É importante destacar que o copo mais apropriado para a caipirinha é o princesa, em forma de V. Se o número de convidados for grande, fuja da tentação de fazer uma jarra da bebida. Em grande quantidade, fica mais fácil de errar a receita.

Quem quiser experimentar versões mais inusitadas do drink, com maracujá, frutas vermelhas ou especiarias, deve prepará-lo em uma coqueteleira, para que ele fique mais leve. Basta adequar as etapas citadas anteriormente.
Aquelas que ficarem em dúvida sobre adoçar com açúcar ou xarope doce devem levar em consideração as preferências de paladar. A primeira opção proporciona uma alternância de sabor, que às vezes é mais doce que outros goles, além de permitir um acúmulo da substância no fundo do copo. A segunda deixará a bebida com mais homogeneidade e é fácil de ser preparada. É só derreter duas medidas de açúcar diluídas em uma de água, misturando até obter uma calda transparente. O xarope pode ser armazenado na geladeira e cada copo de caipirinha leva 4 colheres de chá da receita.
Na hora de adoçar, é preciso analisar as características da fruta escolhida. Jabuticaba e tangerina, que costumam ser mais doces, exigem uma quantidade menor de açúcar no preparo da bebida, por exemplo.
Se a intenção for ousar na receita com o uso de especiarias, experimente misturar hortelã com frutas cítricas e pimenta com as mais doces. Além disso, evite adicionar uma quantidade grande de ervas muito aromáticas no preparo, para não comprometer o sabor do drink.
Vale lembrar ainda que algumas frutas combinam mais com determinados tipos de bebidas alcoólicas e é importante saber escolher para obter um resultado mais gostoso. Assim, quando a cachaça for a preferida, use com frutas cítricas, como limão (1 unidade), limão-siciliano (meia unidade), lima-da-pérsia (meia unidade) e frutas típicas do país, como a jabuticaba (15 unidades).
O saquê ficará melhor se combinado a frutas mais delicadas, como uva verde (8 unidades grandes), morango (7 unidades) e kiwi (1 unidade). Por fim, a vodca é a mais fácil de ser preparada, pois combina com quase todos os tipos de frutas, exceto as muito cremosas, como a banana e o mamão.
Caipirinha  e o seu regime

Quem está de dieta e não consegue resistir à caipirinha no happy hour pode fazer boas escolhas para eliminar algumas calorias. Afinal, não é de hoje que os especialistas afirmam que o álcool é um dos vilões do emagrecimento, já que é rico em calorias, mas pobre em nutrientes. A versão menos calórica é tradicional, mas feita com adoçante. A mistura de limão, cachaça e adoçante tem 235 calorias por copo. A opção mais calórica do drink tem uma receita bem parecida, mas usa o açúcar normal. Por isso, a combinação de cachaça, limão e açúcar tem pelo menos 550 calorias.
Para quem gosta de variar, há algumas receitas que ficam com uma média de calorias menor para serem degustadas de vez em quando. É o caso da mistura de saquê, morango e açúcar (340 calorias), saquê, kiwi e açúcar (345 calorias) e maracujá, cachaça e açúcar (354 calorias).

A partir do Portal UOL. Leia no original

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